IA em Escolas de Cinema: Revolução ou Ameaça à Criatividade?
Uma tempestade está se formando nas escolas de cinema de todo o país à medida que a inteligência artificial entra no currículo. Enquanto alguns educadores estão abraçando a IA como uma ferramenta para aprimorar a criatividade, outros se preocupam que seja um atalho que prejudique a própria essência do cinema.
Veja, por exemplo, o recente alvoroço na DePaul University. Quando um novo curso de "roteiro com IA" foi anunciado, um estudante de cinema, Jake Panek, não conteve sua raiva. Para ele, a ideia de usar IA na roteirização é "besteira". Ele acredita que o verdadeiro cinema envolve encontrar suas próprias soluções, algo que a IA não pode replicar.
Matthew Quinn, o professor encarregado de ministrar o curso, vê de forma diferente. Ele diz que a aula não é sobre abraçar cegamente a IA, mas sim explorar seu potencial no processo de roteirização. Os alunos colaborarão com ferramentas como o ChatGPT para gerar ideias, desenvolver personagens e criar esboços de roteiro. O objetivo, argumenta ele, é expor os alunos ao estado atual da IA e permitir que eles tomem decisões informadas sobre se devem usá-la em seu trabalho.
DePaul não está sozinha nesta exploração. Escolas como USC e UCLA também estão oferecendo cursos relacionados à IA, reconhecendo a crescente importância desta tecnologia no panorama mediático.
A Ascensão da IA na Educação Cinematográfica
Holly Willis, codiretora do estúdio de IA da USC, admite ser "profundamente crítica" da IA. No entanto, ela também reconhece o seu potencial para desbloquear novas formas de narrativa. Ela aponta para o trabalho de Souki Mansoor, que agora trabalha para a OpenAI, usando a IA para criar peças visuais.
No entanto, nem todos os alunos partilham o entusiasmo de Willis. Ela observa que muitos estão "muito nervosos", questionando o valor da sua educação quando a IA pode aparentemente criar imagens tão facilmente. Eles temem que as habilidades e a narrativa que estão aprendendo se tornem obsoletas.
Em última análise, o debate sobre a IA na educação cinematográfica resume-se a uma questão fundamental: pode a IA realmente melhorar a criatividade ou oferece simplesmente um atalho que sufoca a originalidade? Pessoalmente, acho que a IA pode se tornar uma **ótima ferramenta** para ajudar os cineastas, mas, por outro lado, temo que muitas pessoas tentem substituir a criatividade humana por esta tecnologia.
Quinn, que está "em conflito" sobre o uso da IA nas artes, espera que seu curso ajude os alunos a navegar neste cenário complexo. Ele quer que eles compreendam o potencial e as limitações da IA, para que possam tomar decisões informadas sobre o seu papel no seu processo criativo.
Panek permanece não convencido. Ele acredita que o cinema é sobre superar desafios e encontrar suas próprias soluções. Para ele, usar a IA é um atalho que impede os artistas de desenvolverem verdadeiramente suas habilidades e encontrarem sua voz única. É um sentimento que ressoa em muitos que temem que a IA possa levar a uma homogeneização da arte, onde a originalidade é sacrificada em prol da eficiência.
Fonte: Gizmodo