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Medicamentos contra o Cancro Criados por IA: Isomorphic Labs Começa Ensaios Humanos

Tecnologia

Tenho acompanhado os desenvolvimentos no laboratório secreto da Alphabet, o Isomorphic Labs, e, honestamente, parece algo saído de um filme de ficção científica. Eles estão a tentar "resolver todas as doenças" usando IA, o que é uma afirmação incrivelmente ousada. Mas agora, parece que estão mesmo a preparar-se para testar os seus medicamentos contra o cancro concebidos por IA em ensaios clínicos em humanos, conforme confirmado por Colin Murdoch.

Se alguma vez assistiu a alguém de quem gosta a lutar contra uma doença grave, esta notícia provavelmente desperta um brilho de esperança. Tradicionalmente, criar novos medicamentos é um processo dolorosamente lento e caro, muitas vezes demorando mais de uma década e custando biliões. Mas o Isomorphic Labs está a usar a sua IA, como o AlphaFold 3, para acelerar drasticamente as coisas.

O AlphaFold 3 pode prever com precisão as estruturas 3D das proteínas, o que permite aos cientistas conceber medicamentos que são perfeitamente adaptados para atingir doenças específicas. Já fizeram parceria com grandes empresas farmacêuticas como a Novartis e a Eli Lilly, e garantiram uns impressionantes 600 milhões de dólares para impulsionar os seus próprios candidatos a medicamentos para ensaios em humanos. O objetivo? Uma utopia médica onde as doenças são facilmente tratáveis.

No entanto, isto também levanta algumas questões importantes. Podemos realmente confiar na IA, um algoritmo de "caixa negra", com a nossa saúde e vidas? Afinal, nem sempre sabemos como a IA chega às suas conclusões. E quando as gigantes tecnológicas começam a conceber medicamentos, quem controla, em última análise, o acesso a estas curas? Estas são preocupações válidas e é crucial abordá-las à medida que a IA se torna mais envolvida nos cuidados de saúde.

Embora o Isomorphic Labs se tenha recusado a comentar mais quando contactado, o trabalho da empresa representa, sem dúvida, um ponto de viragem significativo para a humanidade. Se tiverem sucesso, poderão aliviar um sofrimento imenso. Mas também é essencial que abordem as preocupações do público e garantam que a IA na medicina é usada de forma ética e transparente. Trata-se de equilibrar a inovação com a responsabilidade, garantindo que esta poderosa tecnologia beneficia todos, e não apenas alguns selecionados. É uma linha ténue, mas que devemos navegar cuidadosamente. Por exemplo, imagine um mundo onde a medicina personalizada é a norma, mas apenas acessível aos ricos. Esse não é o futuro que queremos.

Fonte: Gizmodo